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Mensagem por Gary Oakley Ter 12 Fev 2013, 12:01 pm


Paraíso perigoso
Após uma viagem de pouco mais de 4 horas, totalmente feita por estradas de chão, chega-se à um grande mar de vegetação. O verde chega até onde a vista alcança. Dentro desse "paraíso", há predadores tão terríveis e brutos quanto os chamados Vikings Berserker. A maioria dos caçadores que frequentava o lugar nunca mais voltou. Um córrego corta o terreno em diversas partes, e a água é limpa como o céu sem nuvens. Há árvores frutíferas e muita, muita caça. Há algumas cavernas subterrâneas, e a madeira é boa para construção.



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Mensagem por Vola Mackenzie Qua 13 Fev 2013, 6:06 pm





Adrenaline
Nada estava normal naquele dia. Eu abraçada com meu irmão, na moto dele... Uma das coisas que eu mais fazia era pegar essa moto para atormentar Kenny... E quem diria que alguma vez eu estaria com ele em cima dela. Devo ter dormido em suas costas algumas vezes, pois sempre acordava assustada com o vento no rosto e meu coração a mil... Aquilo realmente me fazia bem, pena que não durava muito e eu sempre passava mal, novamente.
Seguimos a estrada por mais ou menos 4 horas, até chegarmos até uma terreno grande... Eu sabia onde estava, passava meus dias lá quando criança. Kenny me mandou abrir a cancela e quando montei a moto de novo, ele acelerou até a casa... Uma mulher de avental e com luvas para mexer no forno saiu pelo porta e correu para nos abraçar.
- Senhora Floyd! - Exclamei enquanto ia de encontro com ela para abraça-la. Kenny fez o mesmo, e a tia de Leah nos colocou para dentro da casa. Ela nos ofereceu chá e biscoitos, comi alguns enquanto ela perguntava sobre o ocorrido da faculdade. Kenny inventou que tínhamos viajado, os 3 e que não haviamos presenciado a explosão. Quando questionados sobre aonde estávamos indo, gaguejei, olhando para Kenny, que me salvou.
- Estamos indo para um novo clube de camping, fica a alguns quilômetros daqui, praticamente em frente à Chinchaga. - Ele disse e logo depois pediu licença e foi até o banheiro, me deixando sozinha com a tia de Leah. Ela me olhou com preocupação e eu sabia o que ela iria perguntar.
- E você querida? Me lembro de você pequena! Mas agora... Vejo só você e seu irmão metidos em drogas e álcool. - Ela fez uma cara de tristeza e eu franzi o lábio.
- Tia... Eu tento. Não sei se o frango também... Mas eu não consigo. - Antes de ela falar, fui salva novamente por Kenny.
- Vola, vamos. - Eu olhei para ele com raiva mas confusa. Não era jeito de tratar ela. A Senhora Floyd abriu a boca, provavelmente pra falar algo, mas nós nos despedimos rápido.
- Tomem cuidado, crianças! - A tia de Leah exclamou. Assenti com a cabeça.

Seguimos a viagem, mas em um certo ponto Kenny parou. Pegou um cigarro e ofereceu outro à mim, logo parei de reclamar e comecei a fumar. Até uma dúvida entrar em minha cabeça.
- O que acha que somos? - Perguntei.
- Você eu acho que é uma pata desajeitada.
Sorri, achava o apelido engraçado, mas ao mesmo tempo odiava.
- Fala a verdade.
- Acho que somos uma aberração do governo. - Ele disse calmamente. - Uma arma biológica criada para servi-los em suas guerras ridículas.
Permaneci calada. Terminamos os cigarros e montamos a moto. Kenny pegou mais uma de suas drogas e a cheirou. Odiei aquilo.
- Nem quando estamos na merda para de usar essas coisas? - Perguntei, mas ele não me respondeu, apenas sorriu e acelerou a moto.

Paramos em um matagal. Chinchanga.
- Oque estamos fazendo em Chinchaga Kenny? - Estranhei. - Sabe o que falam sobre aqui? Ninguém, nunca. Nunca mais voltou... Quer morrer?
- Calma Vola. - Ele desceu da moto e estava, parecia que estava camuflando-a... O pior de tudo: Ele estava dando uma risada irritante. - Eu sei sobre os lobos, ursos e blablablá... Mas fica tranquila, a gente se vira... Como sempre fizemos. - A ultima palavra ele sussurrou, mas eu consegui entender.
Fiquei quieta e comecei a seguir ele pelo enorme matagal. Apavorada com tudo que se mexia. Peguei forte no braço dele e senti um frio percorrer minha espinha, olhei para o braço dele... E, oque era aquilo? Estava totalmente preto, talvez cinza, não consegui distinguir.
- KENNY! - Gritei e ele se virou rápido para tampar minha boca.
- Você tá louca? Bebeu quantas? Merda, Vola! Quer ser achada mais rápido? Que droga. - Ele ia se virar e continuar seguindo o caminho, mas o parei, sussurrando.
- Kenny, seu braço! - Peguei no braço dele e o mostrei, parecia queimado, mas sem as feridas, só o preto. - Frango! Tu não percebeu isso? Parece idiota. Tá doendo? - Pra minha surpresa, ele sorriu. - O que? Acha engraçado?
- Menos, Vola... Eu sei disso e não está doendo. - Ele parou seu sorriso e franziu a testa e os lábios, provavelmente lembrando de algo. - Eu acho que... Isso me ajudou.
Fomos interrompidos por um som de passos pesados. Apenas olhamos um para o outro e começamos a correr. Isso me lembrou a nossa infância, por que sempre saíamos correndo quando dava algo errado, e sempre apostávamos. Eu comecei a rir, lembrando. Até que ele me gritou.
- VOLA! MAS O QUE? VOLA! - O som ia cada vez mais longe enquanto eu corria. Decidi parar e olhar para trás. Meu irmão estava a mais de 100 metros de mim. Em menos de 30 segundos, eu tinha corrido tudo aquilo. Fiquei pasma e olhei para ele. - Espera! - Ele começou a correr e me alcançou, logo depois ele tirou os óculos para talvez... Me ver melhor? Os olhos dele estavam normais, nada de preto como tinha visto. - OQUE VOCÊ TOMOU? VOCÊ PEGOU ALGUMA COISA MINHA? QUE DROGA VOLA! ISSO NÃO É NORMAL! - Ele estava prestes a me dar um soco.
- Kenny... Eu juro. Não sei como fiz isso. - Pela primeira vez, eu estava falando com ele calma.
- Como então? - Ele pareceu calmo, e eu continuava olhando para baixo. - Ok, me desculpa... Mas... - Quando olhei para cima, eu tomei o maior susto da minha vida. Oque me fez dar um pulo para trás. - Vola! O que foi agora?
Os olhos de Kenny estavam COMPLETAMENTE pretos. Tirei meu óculos para ver melhor, e realmente, estavam.
- Ke... Kenny. O que você fez com seus olhos? Que merda é essa? - cheguei mais perto e toquei no rosto dele. - Você... Parece um demônio! Mais do que já é! Como você fez isso?
- Oque? Vola, você tá doidona. Pelo amor... - Empurrei ele com força e procurei o espelho em minha mochila.
- Vê ai... Bonitão. - Ele pegou o espelho com graça e quando viu os olhos, sorriu.
- Já tinha visto isso. Agora olha os seus! - Ele me entregou o espelho e eu comecei a olhar, assustada. Meus olhos estavam brancos. - Eu vi o seu olho assim, mas nem falei nada... Tava doidão... Que da hora cara. - Ele começou a rir, e eu o olhei com raiva. Mas não aguentei e comecei a rir também.
- Frango. Será que foi pela explosão? Eu pareço cega, mas não estou... Parece que tem leite neles.. - Olhei mais uma vez e o mesmo passo pesado nos interrompeu. Larguei o espelho perto da bolsa e coloquei os óculos. Olhei para Kenny e ele parecia um tonto, então fiz ele colocar os dele. Os passos só chegavam mais perto e Kenny me botou atrás dele, oque não gostei. Quando a pessoa saiu da mata, foi uma surpresa.
- Leah! - sorri e fui até ela, a abracei e depois olhei para ela... Ela estava extremamente bem, seus olhos estavam normais... Mais ela estava ofegando. - Meu Deus! Pensei que estivesse morta! tá tudo bem?
- Leah... - Kenny veio em direção a ela, com seu sorriso safado. O empurrei para trás e ela riu.
- Eu estou bem, Vola... Só tive que correr um pouco... Um doido veio atrás de mim... - Ela me sorriu e foi até o Kenny onde beijou ele. - Como vocês saíram do laboratório? Eu fui pro hospital... E... - Ela começou a contar a sua história. Desde quando estava no hospital até quando encontrou a gente. - E vocês? Me expliquem... Estava preocupada.
Olhei para o Kenny e deixei ele falar primeiro. Quando ele terminou, Leah fez um "awn" e o beijou. Nojo. Os dois olharam para mim, era minha vez de contar.
- E foi isso que aconteceu... - Terminei olhando pro chão.
- Vola. - Meu irmão me olhava pasmado. - Por que não me disse que tu foi quase estuprada garota? Você tem problema?
- Eu fui quase estuprada. Se não fui.. Não tenho por que contar. - Sorri. - Agora... Vamos sair daqui, tá ficando frio demais e...
- Meu Deus, Vola! Você tá enxergando? O que aconteceu com seus olhos? - Ela olhou para Kenny. - E os seus!
Ouvi o Kenny rindo e ri junto.
- Isso tá ficando normal... Depois eu falo como aconteceu... Vamos.

E nós fomos, andamos um 3 quilômetros, nenhum estava cansado. Permanecemos em silêncio, até eu parar.
- Vola? - Leah se virou para mim. E o olho dela... Vermelho. Ok, iria acontecer com todos? Arco-íris de olhos? Soltei um riso. - Oque foi?
- Seu olho... Tá... Vermelho. - Continuei rindo e ela pegou muito rápido um espelho e se viu.
- Isso vai acontecer com todos? Que horror. - Ela disse pasma.
- Eu acho maneiro. - Kenny deu de ombros e seguiu uma trilha. - Olha... Tem uma caverna ali...
- De ursos, provavelmente. - Retruquei e ele parou me olhando com os olhos negros dele.
- Tu tem sempre que ser do contra né não? Até os olhos são diferentes.. Falo nada. - E saiu andando.
Olhei pra Leah e ela me deu de ombros... Então decidimos seguir ele. Entrelaçamos nossos dedinhos da mão, o que sempre fazíamos e começamos a andar de vagar. Ainda era estranho ela me olhar com os olhos vermelhos dela.
- Mas então... Tu falou que ficou queimando? - Franzi a testa. - Maneiro. - Ri e ela riu comigo.
- É.. Foi estranho... Não sei explicar, talvez foi um esqueiro e como meu corpo tá cheio de álcool, deve ser por isso. -Continuamos rindo. - Mas e ti... Foi sério o negócio do tarado? E sobre o furacão? Não tem nada sobre furacões na tv. - Ela pensou. - Apesar de que eu não vi tv.
Eu ri e fiquei quieta... Por um momento, pensei que a cor dos olhos dela e os meus se encaixassem com o que presenciamos.. Fogo... Ar, talvez? Balancei minha cabeça, nada a ver.
- Ei, não tem nenhum urso aqui, Vola. Entrem. - Não percebi mais ele já tinha entrado e saido da caverna.
Soltei a mão de Leah e fui até a caverna. Sozinha. Deixei os dois lá... Vai ver queriam ficar sozinhos.

Fiquei andando de um lado para o outro uns 5 minutos. Com a ideia louca sobre os tais "poderes". Quando por um pensamento infantil, decidi testar. Sabia que eu me sentiria uma idiota depois... Mas...
Então lá fui eu. Se eu tinha feito aquele estrago todo só por que fiquei nervosa com o tarado, talvez se eu ficasse nervosa outra vez... Pensei em tudo que tinha ocorrido de ruim em minha vida. Meus pais, meu irmão se drogando, as coisas que eu já tinha passado.... Então abri os olhos e vi tudo se mover loucamente. Eu não iria parar, não agora... O clarão dos meus olhos então era isso! O branco dele. Vi meus cabelos voando por cima de mim e decidi melhorar. Levantei os braços para cima e o vento todo que estava ao meu redor foi para o teto da caverna, onde quase a derrubou. Eu fiquei assustada, mas não podia parar de sorrir, eu estava alguns centímetros do chão, eu conseguia levitar.
- VOLA! - Olhei para meu irmão na entrada da caverna, de mãos dadas com Leah me olhando com medo. - PARA!
Tudo que o Kenny tinha feito de mal para mim, me veio a cabeça e sem pensar, movi minha mão lentamente para ele, e como eu esperava os ventos foram em direção a ele, fazendo ele sair voando a muitos metros. Ok. Eu estava indo longe demais? Acho que não...
- Vola, por favor! Para, para! - Leah me olhava com tristeza, eu não podia machucar minha melhor amiga, então a ignorei.
Eu tentava parar, mas não adiantava. Ouvia a Leah me gritando e depois só vi o teto da caverna. Quando olhei direito, um... Negócio preto estava em cima de mim, parecia um peso que me derrubou, mas logo depois ele sumiu. Me levantei com raiva e os ventos já não estavam mais lá. Olhei para frente e lá estava meu irmão, os olhos mais pretos que nunca. Seu braço tinha se transformado em algo que eu não entendi. Ele começou correr pra cima de mim, trazendo com ele umas sombras pretas horríveis... Eu não iria deixar ele me pegar, olhei para cima e automaticamente eu fui para o teto, logo depois desci até as costas de Kenny e ele se virou para mim.
Podia sentir o ar me tomando por inteira, quando algo queimando se entrou entre mim e Kenny.
- CHEGA! - Era Leah... Ela estava pegando fogo... Literalmente. - OS DOIS. CHEGA. - Suspirei com calma e senti meus pés pisarem no chão, o ar que estava me rodeando não existia mais... Eu tinha parado. - Vola... Creio que soube de seus poderes... - Ela fez uma cara de preocupada. - Enquanto falava com seu irmão lá fora ele me explicou sobre o que ele fez e tentou fazer de novo... Ele conseguiu e me ensinou. Bom... estamos no mesmo barco. - Ela olhou para mim e para Kenny que também estava muito nervoso.
- Então... Eu tenho... Poder de ar? - Falei meio ofegante.
- É. Parece que eu tenho de fogo... E o Kenny... - Ela parou e pensou. - Acho que trevas... Sombras, essas coisas. Olha! - Ela olhou pra mim com felicidade. - Seus olhos... Estão verdes, de novo...
- Os seus também... - Sorri e olhei para o Kenny, acabando com o sorriso. - E o seu. Também.
Ele me deu um sorriso falso e todos nós sentamos.

Ficamos lá, tentando dar um por que pra toda situação... Leah acendeu uma fogueira onde nós esquentamos, Kenny fez um tipo de pedra enorme esconder a nossa caverna, e eu vira e mexe estava trocando o ar da caverna.
- Vamos ver se eu tenho sorte. - Kenny pegou seu celular e colocou o fone de ouvido. Provavelmente tentando ouvir o rádio. E deu.
Entre estações corrompidas, ele parou em uma.
"[...] E estamos tentando achar os alunos perdidos. Podem ter certeza, minha população. Que esse mal irá acabar. Os infectados não existiram mais. Isso é uma promessa minha.[...]"
- É o Governo? Eles querem caçar a gente? - Eu olhei assustada para Kenny. Ele não me respondeu, apenas me olhou com preocupação.
"[...] Cremos que os infectados sobrevivem apenas de adrenalina. Os cientistas afirmam que para eles sobreviverem, apenas precisam disso. Quanto mais esforçam seus poderes, menos fortes ficam! Então, minha população... Espero que...[...]"
O rádio parou. Não ouvimos mais nada e ficou um silencio mortal na caverna. Apenas o fogo nos ouvimos.
- Então é isso? Existe mais por ai? Somos uma raça odiada? Adrenalina? - Leah pareceu irritada. - Ótimo. Bom... Precisamos de adrenalina... Mas como?
Nem olhei para meu irmão. Eu sabia o que ele estava pensando...
- Ah... Você sabe... - Ele riu e Leah riu junto.
- Não Kenny... Vola. E ela não vai fazer isso.
- Esquece. - Eu disse me levantando. - Podem fazer o que quiserem... Eu vou tentar não ouvir. - Eu olhei para o fundo da caverna... Mas não vi um, então era muito grande. Peguei uma estaca com fogo para iluminar o caminho.
- Não Vola! Vola... Você vai ficar bem? Sem adrenalina? Você pode precisar de...
- Leah, relaxa. - Olhei para ela e sorri de canto de boca. - Se eu morrer, morreu. Ok? Vai ser até melhor. - Franzi a testa e fui de encontro ao fundo. Só consegui ouvir o "Ela é teimosa. Eu odeio isso." de Kenny.

Andei e andei até achar um lugar mais ou menos quente. Com certeza, devia ter algo de quente embaixo da caverna, mas mesmo assim fiz uma fogueira com o fogo da estaca.
Me encostei na parede e fiquei pensando, até sentir meus cabelos começando a voar, foi ai que percebi que quando usava meus "poderes", meu cabelo se tingia de branco. Pensei em coisas boas, relaxei e só assim consegui parar. Eu estava com tontura, me sentindo mal... Decidi dormir. Eu estava sem adrenalina, se eu morresse... Não sentiria. E estava ótimo para mim.
Spoiler:


♦ The White Swan ♦ @ CG


Última edição por Vola Mackenzie em Qua 22 maio 2013, 7:40 pm, editado 3 vez(es)
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Mensagem por Leah F. Volcius Qua 13 Fev 2013, 10:24 pm




You promise?

Yes, I promise.

Depois de acabar com a gasolina da moto de meu avô, rodando pela cidade a procura de algo que realmente me ajudasse a entender o que houve comigo, parei em um posto e enchi o tanque rapidamente. O frentista ficou me encarando, como se houvesse algo errado em mim. Realmente havia. Que tipo de pessoa tem cabelos que mudam de cor? Apenas o ignorei e paguei pela gasolina.
Algumas coisas passaram por minha cabeça enquanto eu rodava pela cidade. Me lembrei de quando comecei a namorar com Kenny, ele me levava em uns lugares estranhos á alguns quilômetros da cidade, para fazermos umas coisas que, se nos pegassem fazendo, seriamos punidos. Ele também encontrava uns alucinógenos bem loucos por lá. Tentei me lembrar do caminho, eram apenas alguns quilômetros.
Sai do posto tão rápido que quase cai da moto.
Eu estava na estrada, quando encostei pra beber um pouco de água. Estava apenas a alguns metros da entrada para a floresta que frequentei com Kenny, mas a sede me matava.
Enquanto bebia minha adorável água, um cara muito esquisito saiu do meio do matagal que rodeava a estrada, eu me assustei e derrubei o cantil.
_Fazendo o que por aqui sozinha, princesa? – Ele disse, e deu um sorriso amarelado.
_Nada que seja do seu interesse. – Respondi.
Ele foi se aproximando e eu liguei a moto me preparando para sair dali.
_Onde pensa que vai?
_Já disse que não é da sua conta!
Ele segurou muito forte em meu braço, e quando puxei ele rasgou a manga da minha blusa de frio.
Aquele cara conseguiu me deixar assustada e com raiva ao mesmo tempo. Senti o sangue do meu corpo ferver, e então quando olhei para o homem ele fez uma cara de espanto, não entendi o porque, mas eu deveria estar realmente assustadora.
_Seus olhos... – Ele disse gaguejando. - Meu Deus! Seus olhos! – Ele repetiu.
_O QUE TEM MEUS OLHOS!? – Gritei, e quando vi o homem estava em chamas e gritando por socorro.
Outros três homens saíram do matagal. Eu joguei a moto ali peguei minhas malas e sai correndo muito rápido.
Entrei na floresta e corri ainda mais. Talvez os homens não fossem me perseguir, mas o meu desespero era tanto que eu corria o mais rápido que podia.
Quando senti que já estava longe e os homens não estavam atrás de mim, parei de correr e continuei caminhando pela floresta, ofegante e ainda com sede.
Caminhei durante uns quinze minutos, quando ouvi a distancia o barulho das folhas secas sendo pisadas. Talvez fossem alguns animais, ou não. Eu ouvi vozes, e juro que não era em minha cabeça.
Havia uma grande quantidade de mato, mas fui me enfiando entre eles para ver o que havia do outro lado. Dei uma espiada antes de sair do meio do matagal, tentando prender a respiração para que não me ouvissem, mas foi um pouco difícil, pois eu ainda estava ofegante.
Havia um garoto, e atrás dele uma garota. Ele provavelmente estava protegendo-a de alguma ameaça, e provavelmente essa ameaça era eu.
Observei mais um segundo, quando minha ficha caiu.
Era Vola e Kenny. Eles estavam realmente ali.
Meu coração acelerou e fiz o que qualquer pessoa faria, pulei fora do matagal e surpreendi os dois. Eu sorri para eles, e pareciam espantados ao me ver.
_Leah! – Vola veio em minha direção e me abraçou. - Meu Deus! Pensei que estivesse morta! Tá tudo bem?
_Leah... – Kenny veio em nossa direção com o sorriso malicioso dele. Vola o empurrou e nós rimos.
_Eu estou bem, Vola... Só tive que correr um pouco... Uns doidos me atacaram... – Eu sorri e soltei Vola.
Fui até Kenny e o beijei. Eu realmente senti falta daquele imbecil. O imbecil que eu amo.
_Como vocês saíram do laboratório? Eu fui pro hospital... Bom... – Eu contei a eles o que havia acontecido, desde quando estava no hospital até quando os encontrei. – E vocês? Me expliquem o que houve... Eu estava preocupada.
Vola encarou Kenny, como se estivesse pedindo para que ele falasse primeiro.
Após ele contar o que houve, eu lhe dei um beijo. Normalmente eu não faria isso, mas eu realmente precisava.
Nós encaramos Vola, pedindo para que ela contasse o que houve com ela. Ela contou tudo muito rápido, mas nós entendemos.
_E foi assim que aconteceu... – Ela terminou de dizer e encarou o chão.
_Vola. – Kenny disse. – Porque não me contou que tu quase foi estuprada garota? Você tem problema?
Tenho certeza que ela ficou com vontade de responder “Vários”, mas talvez não fosse hora pra isso.
_Porque eu QUASE fui estuprada. Se não fui... Não tem porque contar – Ela deu um sorriso seco. – Agora vamos sair daqui, ta ficando frio demais e...
_Meu Deus! VOLA! Você ta enxergando? O que houve com seus olhos? – Eu disse espantada apertando o rosto da garota. Olhei para Kenny e os olhos dele estavam piores do que os da Vola – E os seus?
Os dois começaram a rir. Eu não entendi muito bem, mas também não sei por que fiquei espantada, meus olhos estavam vermelhos na manha de hoje.
_Isso ta ficando normal... – Vola disse. – Depois te falo como aconteceu. Vamos.
Nós andamos muito, mas nenhum de nós parecia cansado, por mais que eu estivesse com sede, já não ofegava mais.
_Vola? – Perguntei e ela riu. – O que foi?
_Seu olho ta.... Vermelho. – Ela continuou rindo.
Tirei um espelho do bolso da blusa e pensei “De novo não”.
_Isso vai acontecer com todo mundo? Que horror.
_Eu acho maneiro – Kenny deu de ombros e começou a seguir uma trilha. – Olha... – Ele apontou. – Tem uma caverna ali...
_De ursos, provavelmente... – Vola retrucou.
_Tu é sempre do conta né não? Até a cor dos nossos olhos são diferentes... Nem falo nada. – Ele saiu andando em direção a caverna.
Vola me olhou e eu dei de ombros. Decidimos que seguiríamos Kenny. Entrelacei meu dedinho da mão ao de Vola, como sempre fazemos quando estamos andando juntas.
_Mas então... Tu falou que ficou queimando? – Ela franziu a testa. - Maneiro – Nós rimos.
_É... Foi bem estranho. Não sei explicar... Talvez foi como um isqueiro, já que meu corpo ta cheio de álcool... Deve ser por isso. – Nós continuamos rindo. – Mas e você... Foi sério o negócio do tarado? E sobre o furacão? – Eu ainda estava confusa sobre tudo isso – Apesar de que não tem noticias sobre furacões na TV... – Eu franzi o cenho. – Se bem que eu não vi TV.
Ela riu e depois ficou em silencio. Não sei o que passou pela cabeça dela, mas ela me encarou de um modo confuso e balançou a cabeça
_Ei! Não tem nenhum urso aqui Vola. Entrem. – Não tinha notado, mas Kenny realmente havia entrado na caverna.
Vola soltou de minha mão e foi direto para a caverna. Kenny saiu e veio em minha direção. Ele me contou direito o que havia acontecido, me mostrou seu braço e me falou sobre seus prováveis poderes, e me ensinou como controlar os meus prováveis poderes.
_Mas... Mudando de assunto – Eu ri - Senti sua falta. Tive medo de que você estivesse morto. – Eu disse sorrindo.
_Não seria tão ruim se eu estivesse, né? – Ele disse com um sorriso sarcástico.
Dei um soco em seu ombro.
_Idiota! – Nós rimos, e depois nos beijamos.
Minhas mãos corriam por seu corpo, e as mãos dele faziam o mesmo.
Me lembrei do tempos que íamos ali pra fazer tudo o que queríamos, sem ter que nos preocupar com nada.
De repente uma ventania infernal começou a levantar as folhas do chão, nós olhamos para a caverna e falamos em uníssono “Vola”.
Corremos em direção da caverna e paramos na entrada. Ele entrelaçou nossas mãos.
Eu realmente estava assustada, nunca vi Vola com aquele olhar feroz antes.
_VOLA! – Kenny gritou e ela nos encarou sorrindo. – PARA! – Kenny gritou mais alto
Vola fez um movimento com a mão e Kenny voou para muito longe.
Eu não podia ver aquilo. As duas pessoas que eu mais amo se machucando. Isso realmente acaba comigo. Vola foi longe demais, ela pode até odiar o irmão, mas ela não iria me machucar.
_Vola, por favor! Para! PARA! – Meus olhos estavam cheios de lagrimas e meu sangue fervia.
Eu gritava e gritava, mas Vola não me ouvia. Kenny tinha voltado correndo. Seus olhos estavam negros, sombras o seguiam e seu braço estava completamente assustador.
Kenny e Vola estavam em “guerra”. Alguém acabaria machucado, ou talvez até morto.
Eu não pude evitar, já estava farta daquilo, e não queria que ninguém saísse ferido. Fechei meus olhos e pensei no fogo, e o mais importante, pedi para que o fogo que tomasse conta de meu corpo não acabasse com minhas roupas, não queria ficar nua de novo.
Meus cabelos começaram a voar, e eu escutei uns estalos como de uma fogueira. Olhei para meu corpo e estava completamente em chamas. Entrei no meio da briga dos dois.
_CHEGA! – Gritei e o fogo crepitou. – OS DOIS! CHEGA!
Vola estava em pé no chão, a ventania tinha parado e Kenny estava me olhando espantado.
Fechei os olhos e controlei o fogo de meu corpo. Quando abri os olhos, graças a Deus minhas roupas ainda estavam lá.
_Vola... Creio que soube de seus poderes... Enquanto falava com seu irmão lá fora, ele me contou o que fez com os poderes dele, tentou fazer de novo, e me ensinou como fazer com os meus. – Eu respirava fraco e meu coração batia devagar. – Bom... Estamos no mesmo barco.
_Então... Eu tenho... Poder de controlar o ar? – Ela disse ofegando.
_É o que parece. Eu controlo o fogo... E o Kenny – Eu tentei pensar em algo que se relacionasse com seu poder. – Acho que trevas... Sombras, essas coisas. Olha! – Olhei para ela sorrindo. – Seus olhos... Estão azuis, denovo...
_Os seus também! – Ela sorriu e olhou para Kenny desmanchando o sorriso. – E os seus também. – Ele deu um sorriso falso e nós nos sentamos.

Eu acendi uma fogueira para aquecê-los, afinal, estava um frio infernal, se é que no inferno é frio.
Ficamos tentando entender o que estava acontecendo. Kenny fez um tipo de rocha enorme para esconder a caverna e Vola trocava o ar da caverna de tempos em tempos.
_Vamos ver se tenho alguma sorte. – Kenny disse pegando seu celular e colocou o fone de ouvido, Provavelmente tentando ouvir o rádio. E funcionou.
Entre estações, ele parou em uma.
"[...] E estamos tentando achar os alunos desaparecidos. Podem ter certeza, minha população, esse mal irá acabar. Os infectados não existiram mais. Isso é uma promessa minha.[...]"
_É o Governo? Eles querem caçar a gente? – Vola olhou assustada para Kenny. Ele não respondeu, apenas a encarou preocupado.
"[...] Cremos que os infectados sobrevivem apenas de adrenalina. Os cientistas afirmam que para eles sobreviverem, apenas precisam disso. Quanto mais esforçam seus poderes, menos fortes ficam! Então, minha população... Espero que...[...]"
O rádio parou. Não ouvimos mais nada e ficou um silencio mortal na caverna. Apenas o fogo crepitando.
_Então é isso? Existe mais por ai? Somos uma raça odiada? Adrenalina? – Eu estava muito nervosa, e meu sangue fervia, apenas tentei evitar de pegar fogo - Ótimo. Bom... Precisamos de adrenalina... Mas como?
_Ah... Você sabe... – Kenny disse, e nós rimos.
_Não Kenny... Vola. E ela não vai fazer isso. – Eu disse ainda rindo.
_Esquece. – Ela disse enquanto se levantava. – Podem fazer o que quiserem... Eu vou tentar não ouvir. – Ela pegou uma estaca com fogo.
_Não Vola! Vola... Você vai ficar bem? Sem adrenalina? Você pode precisar de... – Eu disse, mas ela me interrompeu.
_Leah, relaxa. – Ela e sorriu de canto de boca. – Se eu morrer, morri. Ok? Vai ser até melhor. – Ela disse enquanto ia para o fundo da caverna.
_Ela é teimosa, odeio isso... – Kenny disse.
Me aproximei um pouco mais de Kenny e me acomodei em seus braços. Eu já estava cansada de tudo, só queria ficar um tempo com alguém que realmente se importa comigo, alguém que eu amo.
_Nós vamos ficar bem, ok? Eu prometo – Ele disse.
Eu estava com medo do que podia acontecer, apenas suspirei e fechei meus olhos.
Diminui um pouco o fogo e nos deitamos no chão da caverna. Nos beijamos por um tempo, beijos longos e lentos. Eu estava sonolenta, realmente cansada, mas quando Kenny levou uma das mãos entre minhas pernas, eu sussurrei
_É tudo que eu preciso.
Soltei uma risada maliciosa enquanto ele esfregava o local com certa delicadeza.
Eu gemia baixo, até que resolvi desabotoar e tirar minha calça. Kenny tirou o casaco e a camiseta com pressa, e ao terminar, ele fez o mesmo comigo. Tirei meu sutiã e Kenny massageou meus seios enquanto me beijava.
Retirei a calcinha lentamente, enquanto ele retirava o resto de suas roupas.
Me deitei e ele ao meu lado, e introduziu seus dedos em minha vagina.
Ele movimentava os seus dedos delicadamente, me beijando na boca e no pescoço. Eu me virei esticando a perna direita. Kenny e eu temos uma forte ligação, há alguns anos fazemos isso, então ele sabia exatamente o que eu queria.
Ele “montou" minha perna na altura da coxa e levantou a esquerda, fazendo com que fiasse apoiada em seu ombro, então rapidamente ele penetrou.
Soltei um som baixo de prazer e depois sorri.
_Quem diria que faríamos isso em uma situação dessas.
Ele sorriu e começou a movimentar seu corpo ritmadamente para frente e para trás, soltando pequenos sons de prazer.
Tentei não fazer muito barulho para não incomodar Vola, mas não tinha muito sucesso.
Ele massageava delicadamente meu seio e eu me tocava.
Eu já estava incomodada por ficar com a perna erguida por tanto tempo, mas me sentia mais forte a cada momento, meu corpo estava quente e senti que iria pegar fogo a qualquer momento.
Montei em Kenny introduzi o pênis dele em meu corpo.
Me deitei sobre ele e com as mãos em minhas nádegas ele fazia com que fluíssem os movimentos ritmados.
Nos beijávamos até que comecei a me cansar.
_Estou quase lá. – Ele disse com uma certa “pressa” estranha na voz.
_Eu também... Continua. – Pedi.
_Tu trouxe algo para usar amanhã e impedir uma certa... Gravidez? – Eu pensei um pouco na merda que fiz, por ter esquecido as pílulas, mas talvez isso não seja problema.
_Claro. – Menti.
Dois minutos se passaram e ele ejaculou.
Eu ri, não uma risada de zombaria, mas foi uma risada de prazer, e ele riu junto.
Ele girou nossos corpos ficando por cima de mim e me beijando.
Eu o afastei retirando o pênis de meu corpo.
Ele colocou os dedos novamente em minha vagina, enquanto lambia minha barriga e seios.
Kenny deitou ao meu lado, pegou seu casaco de couro e jogou por cima de nós e nós adormecemos nus.

-- Day: 14 Fev 2013 -- Place: Unfamiliar roads -- With: Boyfriend and Besti friend
-- Humor: Insane -- Clothing: Link --
credits @


Última edição por Leah F. Volcius em Dom 26 maio 2013, 11:35 am, editado 8 vez(es)
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Mensagem por Kenny Mackenzie Qui 14 Fev 2013, 4:39 pm

I promise
to you

Adorava aquela sensação do vento no rosto, a adrenalina do momento... Atirava-me na direção de caminhões e carros e desatava a rir depois. Isso fazia com que eu me sentisse bem. Me sentia fraco quando não fazia isso. Reconheci uma propriedade à beira da estrada de chão, fiz Vola abrir a cancela e depois dela montar novamente, acelerei na direção da pequena casa. Uma mulher de avental e com luvas para mexer no forno saiu pelo porta e correu para nos abraçar.
- Senhora Floyd! - Vola exclamou e correu para abraçá-la, sem tirar o óculos escuro do rosto. Estacionei a moto ao lado de uma árvore e fui abraçar a tia de Leah. Ela nos pôs para dentro de casa e foi tirar uns biscoitos do forno, sem parar de falar. Conversamos sobre a faculdade, mentimos que Leah e nós havíamos ido viajar escondidos e não ficamos no evento. Quando questionados sobre aonde estávamos indo, Vola gaguejou, e tive de tomar as rédeas da situação.
- Estamos indo para um novo clube de camping, fica a alguns quilômetros daqui, praticamente em frente à Chinchaga.
Ela e Vola estavam tomando chá, e eu decidi que tinha que ir no banheiro. Debrucei-me sobre a pia, lavei o rosto, olhei meus olhos totalmente negros. Despenteei meus cabelos e olhei para meu braço completamente negro, quase metálico. De canto de olho, vi uma sombra se mexer no espelho.
- Mas que merda é essa?! - Sussurrei, e perdendo a concentração do braço, a sombra deslocou-se para o lugar normal. Concentrei em movê-la, e uma porção separou-se da sombra total, formando a palavra "Hi" para um local que eu observava. Sorri, e a sombra transformou-se em um daqueles rostinhos risonhos que eu desenhava quando criança. Aproximei a mão daquele local, e instantaneamente, a sombra transformou-se em uma faca sólida e negra. Segurei-a assustado, e quando atirei-a no chão, juntou-se às sombras sem tilintar. Abri a porta entorpecido e coloquei os óculos.
- Vola, vamos. - Ela me olhou confusa, e a tia de minha namorada nem abriu a boca. Fizemos uma rápida despedida, enchi minha boca de biscoito e chá e saímos.
- Tomem cuidado, crianças! - A senhora exclamou.
Seguimos a viagem, mas em um certo ponto parei. Peguei um cigarro e ofereci outro à Vola, que parou de resmungar no mesmo instante.
- O que acha que somos? - Ela perguntou.
- Você eu acho que é uma pata desajeitada.
Ela sorriu, mas provavelmente estava irritada.
- Fala a verdade.
Dei uma longa tragada e soltei a fumaça lentamente.
- Acho que somos uma aberração do governo. - Falei calmamente. - Uma arma biológica criada para serví-los em suas guerras ridículas.
Ela permaneceu calada. Terminamos os cigarros e montamos a moto. Peguei um saco do bolso, com folhas escuras rasgadas. Cheirei-o, e Vola pareceu indignada enquanto eu o guardava.
- Nem quando estamos na merda para de usar essas coisas? - Sorri e acelerei. Enxergava umas 6 rodas em minha moto e as árvores possuíam bocas gigantes que sorriam enquanto sangue escorria pelos seus olhos. Freei bruscamente quando percebi que estávamos em uma pequena porteira que servia de entrada para a floresta. Girei a moto e adentrei alguns metros da vegetação.
- O que estamos fazendo em Chinchaga, Kenny? - Ela disse, exasperada. Estava com as mochilas em mãos e havia descido do automóvel. - Sabe o que falam sobre aqui? Ninguém nunca, nunca mais voltou... Quer morrer?
- Calma Vola. - Desci da moto e peguei alguns galhos para escondê-la. Havia lama por perto, o que ajudaria. Eu ria baixinho, mais para provocá-la. - Eu sei sobre os lobos, ursos e blábláblá... Mas fica tranquila, a gente se vira... - Fiz uma breve pausa, e completei com um sussurro. - Como sempre fizemos.
Com as mãos, atirei um punhado de lama na lataria da moto, e olhando mais ou menos de perto, até que dava para enganar. Peguei a faca na minha cintura e comecei a caminhar calado. Via que a sombra da faca tremulava e havia uma leve aura rodeando-a ou era impressão minha?
Não havia reparado que Vola segurava meu braço direito, até que ela deu um grito.
- KENNY! - Virei rapidamente e fechei sua boca. Senti uma onda de calor dos seus lábios penetrando em meu corpo.
- Você tá louca? Bebeu quantas? Merda, Vola! Quer ser achada mais rápido? Que droga. - Me virei para continuar o caminho, mas fui parado pelo seu sussurro
- Kenny, seu braço! - Ela veio em minha direção, pegou meu braço e tentou mostrá-lo para mim. - Frango! Tu não percebeu isso? Parece idiota. Tá doendo? - Sorri. Devia ter tentado fazer uma pegadinha assim anos atrás. - O que? Acha engraçado?
- Menos, Vola... Eu sei disso e não está doendo. - Parei de sorrir, e retornei mentalmente ao momento que as três estacas apareceram no muro, a faca silenciosa no banheiro... - Eu acho que... Isso me ajudou.
Escutamos passos pesados, e com um simples olhar, soubemos o que fazer. Comecei a correr antes, mas Vola me ultrapassou com facilidade, e quando percebi, nem a avistava. Retirei o óculos e guardei a faca.
- VOLA! MAS O QUE? VOLA! - Eu gritei, assustado. Ela poderia ter se perdido, e não conhecia nada desse lugar... - Espera! - Falei quando a avistei. Retirei os óculos ao alcançá-la, para obter uma visão melhor da sua reação. - O QUE VOCÊ TOMOU? VOCÊ PEGOU ALGUMA COISA MINHA? QUE DROGA, VOLA! ISSO NÃO É NORMAL! - Eu ia bater nela, mas ela pareceu sincera.
- Kenny... Eu juro. Não sei como fiz isso.
- Como, então? - Tentei controlar a raiva, mas ela não se atreveu a olhar para mim. - Ok, me desculpa... Mas... - Ela olhou pra mim e saltou para trás, com os olhos arregalados. - Vola! O que foi agora?
- Ke... Kenny. O que você fez com seus olhos? Que merda é essa? - Ela aproximou-se de mim e tocou meu rosto, delineando as curvas do meu olho. - Você... Parece um demônio! Mais do que já é! Como você fez isso?
- O que? Vola, você tá doidona. Pelo amor... - Ela me empurrou e começou a vasculhar uma das mochilas. Pegou um espelho e o ofereceu para mim.
- Vê aí... Bonitão. - Peguei o espelho timidamente e ao notar meus olho, me limitei a sorrir.
- Já tinha visto isso. Agora olha os seus! - Ofereci o espelho a ela e ela analisou minuciosamente a coloração de seus olhos. - Eu vi o seu olho assim, mas não falei nada... Tava doidão... Que da hora, cara. - Comecei a rir, e ela me olhou com raiva, mas não deixou a carranca por muito tempo. Rimos juntos por um curto período.
- Frango, será que foi pela explosão? Eu pareço cega, mas não estou... Parece que tem leite neles. - Sorri, e o mesmo passo pesado nos interrompeu. Coloquei Vola atrás de mim depois de ela ter colocado meu óculos no rosto e imaginei como seria bom ter uma faca comigo nesse instante. Senti algo materializar-se em minha mão, mas no momento que ia saltar para atacar, Leah saiu por entre os arbustos.
- Leah! - Vola sorriu e correu até ela. Abraçou-a com força, e eu pude reparar o quanto estava exausta. - Meu Deus! Pensei que estivesse morta! Tá tudo bem?
- Leah... - Pisquei com força pra evitar as lágrimas e caminhei em direção, com um sorriso. Vola me empurrou e minha namorada riu.
- Eu estou bem, Vola... Só tive que correr um pouco... Um doido veio atrás de mim...
Ela sorriu para Vola e veio até mim. Peguei-a nos braços e nos beijamos.
- Como vocês saíram do laboratório? Eu fui pro hospital...
Ainda abraçado nela, ela contou sua história. Depois eu, e quando terminei, ela me deu um beijo. Vola contou a sua, e quando terminou, pareceu tímida.
- Vola. - Eu estava pasmo com a situação dela. - Por tu não disse que foi quase estuprada, garota? Tu tem algum problema?
- Eu fui QUASE estuprada. Se não fui, não tenho porque contar. - Ela sorriu. - Agora... Vamos sair daqui, tá ficando frio demais e...
- Meu Deus, Vola! Você tá enxergando? O que aconteceu com seus olhos? - Leah levantou meu óculos. - E os seus?!
Comecei a rir.
- Isso tá ficando normal... Depois eu falo como aconteceu... Vamos. - Vola disse.
Andamos muito tempo, de dois à três quilômetros, mas estávamos nos sentindo bem. Ficamos calados pelo trajedo, até Vola parar.
- Vola? - Leah se virou para minha irmã. O olho dela estava incrivelmente lindo.
- Seu olho... Tá... Vermelho... - Vola começou a rir e entregou o espelho para a garota.
- Isso vai acontecer com todos? Que horror.
- Eu acho maneiro. - Falei, dando de ombros e continuando meu caminho. - Olha, tem uma caverna ali...
- De ursos, provavelmente. - Vola retrucou. Parei, fitando-a impaciente.
- Tu tem sempre que ser do contra né não? Até os olhos são diferentes.. Falo nada. - Saí andando, até me aproximar da caverna. Peguei a faca na cintura, adentrei a escuridão, e por incrível que pareça, parecia que podia enxergar melhor ali. Vasculhei o máximo que podia sem me afastar tanto da caverna, até que resolvi voltar. Um inseto pulou no meu rosto, e eu o atirei longe com um susto.
- Ei, não tem nenhum urso aqui, Vola. Entrem. - Saí da caverna impaciente, me sentia inseguro lá fora. Me aproximei de Leah enquanto Vola adentrava a grande estrutura. Contei pra ela exatamente o que aconteceu, falei sobre meu braço e sobre meus poderes. Falei-a sobre como controlar os seus, e ela parecia feliz durante esse ato.
- Mas... Mudando de assunto – Ela sorriu, e aquilo fez com que eu me sentisse um rapaz de sorte - Senti sua falta. Tive medo de que você estivesse morto.
- Não seria tão ruim se eu estivesse, né? – Falei, sorrindo sarcasticamente. Levei um soco no ombro. - Ai! - Sussurrei.
- Idiota! - Ela disse, e começamos a rir.
Nos beijamos, e percebi que suas mãos dançavam pelo meu corpo. Fiz o mesmo, e coloquei a mão por baixo de sua blusa, tocando seus seios. Ela fazia leves sons de prazer, acho.
Senti uma enorme ventania, e pensei em ignorar, mas Leah deu atenção. "Vola", falamos juntos.
Corremos em direção a caverna e paramos na entra. Peguei sua mão, fitando Vola com uma carranca.
- VOLA! - Gritei, e ela me encarou sorrindo. - PARA!
Ela fez um movimento com a mão e eu caí no chão à uns 5 metros de distância. Afundei os dedos no chão, tentando controlar a raiva. "Eu sou 6 minutos mais velho que você e você tem que me escutar", pensei dizer, nas ela ia rir da minha cara. Contraí a mão direita, e parecia que eu era apenas um pedaço de escuridão por aí. Meu braço estava rodeado por sombras, e enquanto eu caminhava, tudo a minha volta mexia-se junto, como se eu fosse um campo magnético para sombras. Ergui o braço esquerdo e fiz com que uma pedra negra deslocasse e caísse sobre Vola. Ela caiu, e a seguir, fiz meu braço virar uma espécie de tentáculo. Podia sentir que era meu braço normal, mas as sombras em sua volta assumiram a forma de um tentáculo. Ela voou para o teto em um minuto de desatenção e saltou para minhas costas. Leah nos interrompeu, com o corpo tomado de fogo.
- CHEGA! - Exclamou. - OS DOIS. CHEGA! - Meu braço voltou ao normal, e as sombras que me cercavam agora retomavam seus devidos lugares. - Vola, creio que soube de seus poderes... - Com uma cara preocupada, ela continuou. - Enquanto falava com seu irmão lá fora ele me explicou sobre o que ele fez e tentou fazer de novo... Ele conseguiu e me ensinou. Bom... Estamos no mesmo barco.
- Então... Eu tenho... Poder de ar?
- É. Parece que eu tenho de fogo... E o Kenny... - Ela parou e pensou. - Acho que trevas... Sombras, essas coisas. Olha! - Ela olhou pra Vola com felicidade. - Seus olhos... Estão azuis, de novo...
- Os seus também... - Vola disse, e olhou para mim. O sorriso sumiu instantâneamente. - E o seu também.
Sorri falsamente e sentamos.
Leah acendeu uma fogueira onde nós esquentamos, eu fiz um tipo de pedra enorme esconder a nossa caverna, e Vola volta e meia estava trocando o ar da caverna.
- Vamos ver se eu tenho sorte. - Peguei meu celular e coloquei o fone de ouvido. Coloquei o aparelho para procurar estações de rádio, e após uma leve estática,ouvi a voz de um homem.
"[...] E estamos tentando achar os alunos perdidos. Podem ter certeza, minha população. Que esse mal irá acabar. Os infectados não existiram mais. Isso é uma promessa minha. [...]"
- É o Governo? Eles querem caçar a gente? - Vola me olhou assustada. Permaneci calado, mas assenti levemente, preocupado.
"[...] Cremos que os infectados sobrevivem apenas de adrenalina. Os cientistas afirmam que para eles sobreviverem, apenas precisam disso. Quanto mais esforçam seus poderes, menos fortes ficam! Então, minha população... Espero que... [...]"
Estática. Apenas o estalar da madeira na caverna, e o maldito som da estática.
- Então é isso? Existe mais por ai? Somos uma raça odiada? Adrenalina? - Leah pareceu irritada.
- Ótimo. Bom... Precisamos de adrenalina... Mas como?
Eu sabia como. Ri maliciosamente.
- Ah... Você sabe... - Leah riu junto comigo.
- Não, Kenny... Vola. E ela não vai fazer isso.
- Esquece. - Vola levantou-se. - Podem fazer o que quiserem... Eu vou tentar não ouvir. - Ela pegou uma estaca de fogo e olhou hesitante para o fim da caverna.
- Não, Vola! Vola... Você vai ficar bem? Sem adrenalina? Você pode precisar de...
- Leah, relaxa. Se eu morrer, morreu. Ok? Vai ser até melhor. - Virou as costas e saiu andando.
- Ela é teimosa. Odeio isso. - Falei fitando Leah.
Ela se aproximou de mim e acomodou-se em meus braços. Pousei os lábios sobre sua nuca e senti seu calor invadindo meu corpo.
- Nós vamos ficar bem, ok? Eu prometo. – Falei. Escutei ela soltar um som de desespero, talvez até medo. Ela controlou o fogo e o fez ficar quase em brasas. Deitamos no chão entre beijos longos e notavelmente deliciosos. Ela estava sonolenta, e quando levei minha mão para entre suas pernas, ela sussurrou:
- É tudo que eu preciso.
Ela soltou uma risada maliciosa e esfreguei o local com certa delicadeza. Ela gemia baixo, até que resolveu desabotoar sua calça. Retirei minhas vestimentas de cima - o casaco e a camiseta - com pressa, e ao terminar, fiz o mesmo com ela. Ela retirou o sutiã, e com a visão de seus seios, os massageei. Ela retirou sua calcinha lentamente, dando tempo para mim retirar toda minha roupa. Deitei-me ao seu lado, introduzindo o indicador e o dedo do meio em sua vagina. Movimentei-os delicadamente, beijando-a na boca ou seu pescoço. Ela virou-se para mim, esticou a perna direita, e eu soube o que ela queria. "Montei" sua perna na altura da coxa e levantei a esquerda, fazendo-a ficar apoiada em meu ombro. Com a mão esquerda, segurei meu pênis ereto e o introduzi no órgão da "Garota em chamas". Ela soltou um som baixo, mas depois sorriu.
- Quem diria que faríamos isso em uma situação dessas.
Sorri e comecei a movimentar meu corpo ritmadamente para frente e para trás, soltando pequenos sons de prazer. Leah esforçava-se para não fazer muito barulho, mas não conseguia muito sucesso. Com a mão direita, massageei seu seio, e ela tocava a si mesma. Com minhas coxas formigando pelo longo tempo na mesma situação e Leah já incomodada por ter sua perna erguida, afastei meu corpo e deitei. Ela montou em mim e introduziu o pênis em seu corpo. Deitou-se sobre mim, e com as mãos em suas nádegas, fiz novamente os movimentos ritmados. Nos beijávamos, ela usava seu corpo para me seduzir, até que meus braços começaram a formigar.
- Estou quase lá. - Falei, com uma pressa inquestionável na voz.
- Não tira. - Ela disse, com safadeza na voz.
- Tu trouxe algo para usar amanhã e impedir uma gravidez? - Ela olhou para um local distante.
- Claro. - Mentiu.
Dois minutos se passaram e ejaculei. Ela riu no mesmo instante, e eu ri junto. Girei e fiquei em cima dela, beijando-a. Ela me afastou, retirando o pênis de seu corpo. Introduzi novamente meus dedos nela, enquanto lambia sua barriga e seios. Deitei ao seu lado, peguei meu casaco de couro e joguei sobre nós, que adormecemos nus.

thanks juuub's @ cp!

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